Há aspectos a louvar na humanidade, embora nem sempre saiba quais. Tanto convívio com a espécie, embora não mate, fatiga. E a fadiga traz no bojo a desilusão. A humanidade quando alem do contacto circular entre amigos e parentes é uma estopada. A escatologia do género humano, do homem prisioneiro do tempo, do homem sob as suas certezas, do homem agrilhoado às suas usanças, do homem sob os ferros e a ferros, ecoa na eternidade. A mesquinhez e a mediocridade do homem é proporcional à sua convicção da invencibilidade do seu tempo. Aqui não há ilusões. As fogueiras da inquisição são perenes e intemporais. Giordano Bruno arde todos os dias. Isto a propósito do diário ateísta, ali gente a derramar positivismo pela tromba e materialismo cientifico pelos dedos recruta uma massa imbecil que vem dos quatro cantos da Internet para desaguar na caixa de comentários. O que era um refugio de aristocratas, da epistemologia, torna-se o refugo dos insolentes, da estulticia, o que era uma moradia de factos, converte-se num exílio da asneira, uma receita de bom senso verte-se num vademecum da insensatez, uma vacina contra o fanatismo de outros tempos transmuda-se em anabolizante para a celebração de um fanatismo de sinal contrario singular a este tempo, ali uma turba ignara, à mingua de blogues, sem folgo nem descanso, insulta prelados, ofende crentes e calunia a humanidade em geral, gente medíocre e alarve que – será vendetta dos céus? – fala e articula em nome da razão e transpira irracionalismo a cada fôlego. O tempo é deles. E será sempre deles. Sejam católicos ou ateístas