sexta-feira, 18 de abril de 2008
Cada um escolhe os seus grilhoes
Não adiro a essa estirpe de ateismo, podemos, sobrios, quais aprendizes de filosofos, fugir da "fenda entre o passado e o futuro". As instituiçoes sao tanto disposiçoes de reis, de profetas, de assembleias como fruto espontaneo, inconsciente, semiconsciente das sociedades. A marcha da historia entroniza ideias, estados, naçoes, as instituiçoes morrem, definham com elas. As teologias prometiam vida depois da morte, sabendo a efemera, mera interrupçao do abismo eterno. Aos espinhos terrenos o mel dos ceus. Mas as necessidades basicas estao resolvidas. Quem aposta no outro lado do pano? incerto, desconhecido, quando pode ter tudo deste lado. Nao há aqui uma revolta contra deus, deus faliu? nao. Sabendo que a fenda obriga o "filosofo a voltar dos ceus das ideias para a caverna dos assunto humanos", pois vivemos no presente nao no etereo, entre salafistas, a negra ilusao da opressao, e iluministas, a ilusao doce da liberdade, escolho os ultimos. Cada um escolhe os seus grilhoes, os condenados à vida têm direito a um ultimo capricho. Hoje nao há ilhas de humanidade, cortar na imigraçao nao resolve o problema, os mares ja nao separam civilizaçoes.