domingo, 15 de janeiro de 2012
Lisbon
A third world-like, vem escrito na guia, as imagens que captam as camaras reflex alimentam o ciclo, a pobreza é mais ou menos evidente, um neo-realismo que interessa ao turista por estar desajustado ao seu tempo, se sente superior e o subdesenvolvimento pode ser comovente como uma rara planta que não prospera no seu mundo, foi objectivo tornar o pais moderno e rico, parece que queriam ser europeus, houve uma serie de avanços, modernizou-se, ainda que uma modernidade de lantejoulas e cimento, um critério estetico e sentimental mas economicamente sem frutos, como mostram as fachadas em abandono, as naturezas mortas em ruina onde o saneamento estetico não chega, não me interessa a leitura politica. O turista acaba por ver o lado negativo, a velha cidade decadente, a desorganização publica, a desordem urbana, o bem comum que é um santuario de augustas trevas, tal como o medo, a estupidez está para o individuo está o subdesenvolvimento como condição colectiva, uma forma de exigência formal que alinha comportamentos, cria codigos, autojustifica-se, e demonstra uma certa ausência de pudor. Há cerca de vinte anos Portugal comparava-se com Espanha e Grecia hoje a companhia é menos honrosa, a dignidade pátria costuma andar nas listas da ocde ombro a ombro com o Mexico e a Turquia, 40 anos de democracia foram incapazes de civilizar o curral, um pais de aventais para melhor servir laranjadas e tropicalismo