terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

vicio e virtude

i

Em un sentido nao ha nada que reste do mundo social, nem debilidade ou vicio, ao alcance do perdao. Do teu miseravel perdao. As minhas sinceras desculpas. De nada vale. Este é o ultimo pano de fundo dos teus esforços morais. A vida macaca de um imbecil.

ii

A assistente social do bairro entra como sol nas trevas, e fala. Fala-te com estrondo este jupiter olimpico, que tu estas ai em baixo na abjecta lama, camelo. Nao abro a boca, é assim que se fala com alguem como eu. Assim te esperam mais 50-60 anos de comedia grotesca

iii

É neste mundo de pura pérdida que a comunidade humana adquire o seu sentido mais intenso, a perda do sentido de mortalidade comun. Menos que humano. Abaixo de cao. Tu amo, eu escravo. Dostoyevski escreveu o Idiota cerca de 40 anos antes da revoluçao russa. Nao sei se podem ler revoluçoes nas entrelinhas da vida contemporanea

iv

Se digo que quero um copo de agua, agua, e so agua, serve. Nao serve cafe nem cava, nem agua com gas nem o leite da bondade humana. Ou melhor, leite, o leite dos teus seios jupiter olimpico.