sábado, 27 de fevereiro de 2010

nano-ensaio (post merdoso)

Ha dois tipos de desesperados de interesse imediato. Um que quer-se rebanho, perde-se no finito e recua a infancia. Este é o homem comum - a plebe de todas as classes, bela expressao. Desespera porque esqueceu o caminho de volta e nao é mais que multidao. Traiu-se a si proprio ainda que com as honras - ou sem elas - da sociedade. O outro, é uma das singulares formas de desespero, como o jovem Goethe da primeira parte de Fausto ou Sisifo de Camus, atrapado no infinito, infinitamente desespera. Seduzido pelo canto da sereia, intoxicado pelo verbo, luta encarniçadamente contra si como Jacob com o anjo - ate que este ceda o ultimo e o supremo. Mas é mais, é mais, o seu desespero é a coisa imperecivel de Nietzsche, o belo, o perfeito, que nao desvanece nem morre. Por algo, algo com a força para sobreviver aos seus labios - ungido en realeza com el sagrado oleo de la lengua (Zweig) - e ao teste do tempo. Um desesperado, um poeta, no limite um lunatico, mas quando regressa a si um genio