quarta-feira, 27 de maio de 2009

Camarilla

Escrever como Isaiah Berlin falava às massas e Foucault destroçava livros tem sido um fracasso, e um fracasso é um fracasso, uma chaga para nos lembrar o lugar, um sismo escala nove que não deixa nada como antes. Há quem nasça para isto e há os que vêm ao mundo para se babarem no jardim publico. Somos pó dos modernos e vivemos de experiências ambíguas, em que a vida joga-se toda deste lado e nada do outro, que mais dizer, isto é uma coisa terrível e de carpir magoas em cada post, e como Brecht e Judas Iscariotes acabamos a insultar a criação e um insulto à criação – já se sabe – não apanha distraído nem a Deus nem ao site-meter, que isto de fazer pouco das leis do universo, pedantismo em larga escala e name-dropping é para levar com o pau cósmico da criação todos os dias, mas este não é o motivo que me move a escrever, o que eu quero saber, e que me desunho para descobrir, o que eu me pelo por conhecer, é se posso fazer o recenseamento aqui em Espanha. Não o fiz em Portugal, jamais votei na minha vida, e, vaya, estoy lleno de ganas para me desvirginar numa dessas urnas que abundam por aqui, enterrar o papelinho e entregar o meu cobiçado apoio a uma dessas camarilhas onde a escumalha se esconde