segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ordem Espontanea II

ML, nao posso concordar consigo, pelo menos totalmente. As sociedades avançam na base do erro e do ensaio - sobretudo fora da brecha temporal que marca a libertaçao e a definiçao de um reino de liberdade - procuram resolver problemas estabelecidos à priori - nao há politica fora da historia. Os objectivos elementares da comunidade politica serao combater males concretos e impedir extremos de sofrimento - e a politica pode ser mais do que um programa de quatro anos - mas a comunidade está sempre aberta às novas condiçoes historicas. A gestao surge em virtude da auto-organizaçao dos seus elementos e o que vai esculpindo as sociedades é a convergencia nao-planeada das virtudes e dos vicios dos individuos que a compoem - imprevisiveis, incontrolaveis. As ideologias nascem e morrem, sao meros sucedaneos no grande curso da historia - a historia faz pausas mas nao chega ao fim, toda a ordem é susceptivel de mudança. É a interacçao multidimensional e espontanea entre os varios elementos - humanos e nao-humanos, permeaveis ou nao à acçao humana - que geram novos anatemas e questoes civilizacionais. E novas metas programaticas. Cada estadio parece tributar-se a um estadio anterior, mutavel e que nos conserva e comunica o que o mundo precedente produziu mas nada indica que haja sequer uma entidade sobre-natural chamada "progresso". Citando Nietzsche, "O tempo anda para a frente; gostariamos de acreditar que tudo o que existe nele anda tambem para a frente - que o desenvolvimento é algo que se move para diante." O que pode em ultima instancia impedir que aconteça um novo cansaço com os negocios da cidadania e da civilizaçao?

Para quando um blog, ML?