quarta-feira, 25 de junho de 2008

O mundial é nosso

Chegou ao fim a expedição lusa pelos alpes – Debelada por alguma tribo germânica? Furaram os pneus do autocarro? Pouco importa, o azar de uns é a sorte de outros. Cerceado o direito à blogga e sitiado por quatro canais o feito sabe a bifes de alce na brasa. O tempo não está para a foleirada dos selvagens da bola mas para os foliões dos comes e bebes. Pelo menos o carnaval fora de época vem demonstrar o nível de ilustração desta gente. O país exibe-se tão analfabeto como na pior hora fascista, eis o que temos, eis o que somos, uma nação de emplastros a perseguir câmaras de tv e a profetizar glória nos relvados internacionais. O que os redis da ocde e do fmi nos nega buscamos no pano verde dos estádios. Ainda o árbitro não apitava para o jogo Turquia-Portugal e já a pátria coroava-se campeã – a cada directo, a cada brecha intervalesca para publicidade – brindava-se de êxito por que estava escrito nos astros e nos remates ziguezagueantes do Cristiano Ronaldo. “Tem de ser, o caneco é nosso”, asseverava extasiado o povo verde-vermelho – rigores da metafísica professada pelos amantes do 4x3x3 ibérico, historicismo uefeiro que Hegel jamais suspeitou mas que esta tribo pratica de dois em dois anos a pedir meças a Heraclito ou a Platão.